sexta-feira, 8 de outubro de 2010

1 vontade de sair

Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

BERTOLT BRECHT




Lamentáveis episódios de mesquinharia, estupidez e amadorismo têm me causado intensos embrulhos de estômago na(s) escola(s). Nesses momentos, por mais que tente relevar um punhado de absurdos, tenho uma vontade quase que incontrolável de sair correndo dessa realidade. Sinto-me sozinha demais e meio que expulsa por pensar, muitas vezes, de um jeito tão diferente, tão destoante. Será que, como algumas pessoas dizem, a escola precisa mesmo de mim? Tem horas que não acredito nisso. Há quem diga que a escola não é meu lugar. Essas pessoas podem estar certas... Tenho feito avaliações intensas se devo mesmo continuar na educação. Apesar das crianças, que são quase sempre incríveis, os problemas do cotidiano escolar são, inúmeras vezes, terríveis, fortes e com cara de duradouros.



Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.
BERTOLT BRECHT
pedras encapadas com cor - intervenção coletiva da/na UMEI Ouro Minas. setembro/2010

Lantejoulas no meu tédio - performance em coletivo urbano de Camila Buzellin (um saco de 10 quilos com laranjas derramado após passagem pela roleta do ônibus).

Jardim - intervenção em canteiro da Av. do Contorno. Brígida Campbell

Enxurrada de letras - intervenção urbana do Grupo Poro