quinta-feira, 2 de julho de 2009

Presente de Alexandre

""Oi, Cris. Se na biblioteca da sua escola tiver o livro "De Pernas pro AR - A Escola do Mundo ao Avesso", do Eduardo Galeano, pegue pra ler. Se não tiver, procure ler de qq jeito, vale a pena demais !

TRECHO:

“Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso. Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos. Estamos condenados a morrer de fome, morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência.”

OUTRO:

“A publicidade manda consumir e a economia proíbe. As ordens de consumo, iguais para todos, mas impossíveis para a maioria, são convites ao delito.”

SEM QUERER ENCHER, MAIS UM:

“A igualação, que nos uniformiza e nos apalerma, não pode ser medida. Não há computador capaz de registrar os crimes cotidianos que a indústria da cultura de massas comete contra o arco-íris humano e o humano direito à identidade. O tempo vai-se esvaziando de história e o espaço já não reconhece a assombrosa diversidade de suas partes. Através dos meios massivos de comunicação, os donos do mundo nos comunicam a obrigação que temos todos de nos contemplar num único espelho, que reflete os valores da cultura de consumo. “A televisão (...) não só ensina a confundir qualidade de vida com quantidade de coisas...”

ACHO QUE VC VAI GOSTAR
"
Alexandre

Num diálogo com o companheiro Alexandre no blog Coletivo Lima Barreto, ele me presenteou com as ideias acima. Querido Alexandre, agora tenho mais tesouros para minha coleção. Não consigo achar palavra melhor(tesouros) para qualificar tais ideias. O esclarecimento, apesar de revelar a assombrosa e grotesca cara da época em que vivemos, é também por demais valioso - e mais valioso ainda é perceber que ainda não perdi a vida e que, apesar dos pesares, nessa terra de fugitivos(plagiando T.S. Elliot), ainda continuo caminhando ao contrário. E eu posso, mais do que nunca, jurar(e plagiar de novo - desta vez "Mutantes") que é melhor, e muito, não ser o normal!

Blog dos auxiliares de biblioteca e amigos:
para ler nossa conversa:

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